O Estado da Água em Portugal

O Estado da Água em Portugal

As disponibilidades hídricas, em Portugal continental, provêm das precipitações (60%) e do escoamento dos rios internacionais (40%), com destaque para o Tejo, o Douro e o Guadiana. "A cada habitante correspondem, por ano, 7700 m3 de água, média bem superior à da União Europeia (2700 m3/hab.ano) e à mundial (3950 m3/hab.ano)". Na realidade, Portugal é dos países mais ricos da União Europeia em recursos hídricos per capita.

Relativamente ao consumo de água a capitação média portuguesa é aproximadamente de 100 L/hab.dia, com um máximo de 500 L/hab.dia no distrito de Faro e um mínimo de 40 L/hab.dia no distrito de Viseu.

O sector da agricultura é responsável por cerca de 75% do total do volume de água utilizado. Segue-se o sector industrial com 14%, o consumo municipal com 7% (67% doméstico) e, por último, a aquacultura com 6%.

A utilização da água subterrânea é bastante acentuada, sendo responsável por 57% do abastecimento doméstico e industrial do continente português.

No Algarve esse valor sobe para 94%, dada a fraca disponibilidade de águas superficiais. Como resultado dessa exploração excessiva surgem atualmente problemas de contaminação das águas subterraneas por intrusão salina, pelo que a DRARN/Algarve criou zonas criticas ao longo da linha da costa, onde não se autoriza a abertura de novos furos. Como resultado da expansão urbana e industrial e das carências de infraestruturas de saneamento básico, principalmente no que respeita ao tratamento e destino final das águas residuais, a qualidade das águas superficiais tem vindo a deteriorar-se. Na realidade, somente 21% da população é servida por uma rede pública de tratamento de águas residuais. Das 441 estações de tratamento de águas residuais (ETAR) existentes no país apenas cerca de 150 estão a funcionar corretamente. Para contrariar esta situação o Ministério do Ambiente lançou recentemente o Programa Operacional de Tratamento de Águas Residuais, que visa controlar a poluição de origem urbana através de investimentos na construção e reabilitação de ETAR'S. Este programa dá particular atenção aos aspetos de operação e manutenção dos sistemas, encontrando-se prevista a criação de dois polos de formação de operadores de ETAR'S, em Sines e no Porto.

Outro dos aspetos que assume particular importância na gestão dos recursos hídricos prende-se com o escoamento dos rios internacionais. Nesse sentido, decorrem negociações com Espanha, tendo em vista a renovação dos convénios que regulamentam a utilização dos meios hídricos comuns aos dois países. Contrariamente aos convénios firmados nos anos sessenta, que diziam unicamente respeito aos recursos dos troços fronteiriços dos rios, pretende-se com estes novos acordos uma gestão integrada de toda a bacia hidrográfica, que tenha em consideração os caudais mínimos e a qualidade da água que chega a Portugal.

Tipos de poluentes e fontes de poluição da água

Água potável será aquela que pode ser consumida pelo Homem sem nenhum perigo para a sua saúde, o que pressupõe que sejam definidos critérios de qualidade para as características físicas, químicas e bacteriológicas da água.
É óbvio que as características exigíveis a uma água para consumo humano não serão exatamente as mesmas que as exigíveis à água destinada a rega... (quem beberia sem apreensão uma água com cor verde devida a excesso do plâncton mas que no entanto serve perfeitamente para a agricultura?)

Poluentes das águas

Tudo o que existe na água além de H20 é contaminação
O Homem não é o único causador da contaminação das águas. Parte dela é natural, devido a gases e substâncias sólidas dissolvidas e/ou suspensas.
- Sólidos, gases, areia, oxigénio, detritos, areais, gorduras, dióxido de carbono.
As causas de poluição podem ser:

Causas naturais

A água da chuva escoa sobre e através os solos, dissolvendo espécies químicas solúveis, facilitando o contacto entre espécies reativas (ex.: ácidos) e minerais dos solos e das rochas.
Remove produtos das reacções decorridas no solo:

  • decomposição de plantas aquáticas e animais;
  • chuvas ácidas
  • águas superficiais que contêm sólidos, desde areias até partículas coloidais

Causas humanas

  • Descargas municipais e industriais que contenham cloretos e amoníaco, etc
  • Lixos flutuantes e espumas
  • Escoamento de águas provenientes de campos agrícolas com adubos, pesticidas...
  • Águas pluviais contaminadas pelos gases lançados por indústrias

Tudo isto afecta no nosso país principalmente os rios, e também as albufeiras de barragens.
Temos de ter sempre presente que o impacto da poluição num rio depende não só da natureza do poluente mas também das suas características individuais, tais como caudal, velocidade da água, tipo de margens e vegetação nelas existentes, "herança" mineral da bacia hidrográfica e tipos de vida aquática.

Assim, alguns rios não são altamente sensíveis a poluentes como sais, calor, sedimentos, enquanto outros não os podem sofrer sem que a qualidade da sua água seja seriamente afetada.

Indicadores de qualidade de água

É usual recorrer a técnicas laboratoriais de análise muito diversificadas para verificação da potabilidade de uma água, que incluem a avaliação de parâmetros químicos.
Parâmetros químicos

Substâncias tóxicas inorgânicas

A água pode conter substâncias tóxicas em solução, como por exemplo:

  • Arsénio (As);
  • Bário (Ba); Cádmio (Cd); Crómio (Cr); Cianetos (Cn);
  • Chumbo (Pb);
  • Mercúrio (Hg); Selénio (Se);
  • Prata (Ag).

O ião cromato, proveniente de reagentes usados na indústria ou como inibidores de corrosão é potencialmente cancerígeno, sendo de evitar consumir água que o contenha.
O ião cianeto é um ião extremamente tóxico que pode ocorrer em águas que contactem com desperdícios de metais.

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